Particular
Descrição
Cunha de Leiradella, com rara habilidade, consegue extrair dos contrastes dos seus personagens de Cinco Dias de Sagração a vida tal qual ela é. Neste romance, a linguagem está a serviço da vida, jamais para atender a uma lógica ou teoria literária. Todas as falas exprimem desejos, frustrações, vazios, contradições, enfim a crua humanidade. Nada está fora do lugar, exatamente porque tudo está desordenado. Igual ao mundo da vida.
Só o autor, em contrapartida, pode explicar a má-fé tão presente em Eduardo, ex-Tónio – entendida a “má-fé” como incapacidade do sujeito de assumir seu destino, de tomar as rédeas de sua existência. Ao invés de comprometer-se com suas possibilidades, o herói de Leiradella deixa-se cair no abismo das indecisões e dos medos. Não enfrenta as realidades, prefere o convívio dos fantasmas. Situa-se permanentemente cindido entre o que deseja ser e o que não tem coragem de ser.
Tem-se a impressão de que Cunha de Leiradella escreve também para se salvar dos seus fantasmas ou de seus “galos que cantam como se houvesse uma capoeira dentro dos ouvidos”. Fantasmas e realidades se confrontam nesse grande espetáculo que é a literatura. A ambos o escritor concede o privilégio da palavra para que sejam do jeito que são e, assim, possam viver simplesmente e sem mais assustar ninguém.
Cinco Dias de Sagração é esta reconciliação de fantasmas e realidades.
Trinova editora 1998
Só o autor, em contrapartida, pode explicar a má-fé tão presente em Eduardo, ex-Tónio – entendida a “má-fé” como incapacidade do sujeito de assumir seu destino, de tomar as rédeas de sua existência. Ao invés de comprometer-se com suas possibilidades, o herói de Leiradella deixa-se cair no abismo das indecisões e dos medos. Não enfrenta as realidades, prefere o convívio dos fantasmas. Situa-se permanentemente cindido entre o que deseja ser e o que não tem coragem de ser.
Tem-se a impressão de que Cunha de Leiradella escreve também para se salvar dos seus fantasmas ou de seus “galos que cantam como se houvesse uma capoeira dentro dos ouvidos”. Fantasmas e realidades se confrontam nesse grande espetáculo que é a literatura. A ambos o escritor concede o privilégio da palavra para que sejam do jeito que são e, assim, possam viver simplesmente e sem mais assustar ninguém.
Cinco Dias de Sagração é esta reconciliação de fantasmas e realidades.
Trinova editora 1998
ID: 606528228
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Publicado 24 de abril de 2024
Cinco dias de sagração- Cunha de Leiradella
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