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Descrição
Frei Simão António de Santa Catarina, o Torto de Belém - Novela Despropositada
Edição Assírio & Alvim de 1977
Prefácio e notas de Nuno Júdice
Parecem condenados a uma estranha maldição dois séculos inteiros da nossa literatura, ou seja, toda a época que vai desde fins do séc. XVI, com a dominação filipina, até meados do séc. XVIII, com o terramoto de 1755, como se este tivesse soterrado não só a arquitectura e o luxo de um Portugal antigo mas igualmente uma vasta riqueza literária.
E no entanto ela existe, está ao nosso alcance e, apesar do esforço quase arqueológico que é necessário fazer para a descobrir, muito mais do que meramente histórico ou documental é o seu interesse.
Trata-se no entanto de um período cujo conhecimento é fundamental para a leitura de uma continuidade da ruptura em que, regra geral, o escritor, ou melhor, a escrita sempre viveu face aos poderes dominantes; e não terá sido, de resto, a continuidade desse(s) poder(es), com breves interregnos liberais, a ocultar (e a manter a ocultação) desse passado?
Veremos se o período que actualmente vivemos é um desses interregnos condenado a esgotar-se na miséria do Poder, ou se se irão criar as condições para que a leitura do passado não constitua um obstáculo à necessária perspectivação revolucionária do futuro. Podem (e devem) ser estas palavras entendidas também no que à literatura se refere. Evitarão, pelo menos, a nossa aparentemente irresistível e suicida tendência para enterrar a título definitivo épocas, autores e textos no pó mortal das bibliotecas e alfarrabistas, exibindo em compensação individualidades quase deificadas.
Edição Assírio & Alvim de 1977
Prefácio e notas de Nuno Júdice
Parecem condenados a uma estranha maldição dois séculos inteiros da nossa literatura, ou seja, toda a época que vai desde fins do séc. XVI, com a dominação filipina, até meados do séc. XVIII, com o terramoto de 1755, como se este tivesse soterrado não só a arquitectura e o luxo de um Portugal antigo mas igualmente uma vasta riqueza literária.
E no entanto ela existe, está ao nosso alcance e, apesar do esforço quase arqueológico que é necessário fazer para a descobrir, muito mais do que meramente histórico ou documental é o seu interesse.
Trata-se no entanto de um período cujo conhecimento é fundamental para a leitura de uma continuidade da ruptura em que, regra geral, o escritor, ou melhor, a escrita sempre viveu face aos poderes dominantes; e não terá sido, de resto, a continuidade desse(s) poder(es), com breves interregnos liberais, a ocultar (e a manter a ocultação) desse passado?
Veremos se o período que actualmente vivemos é um desses interregnos condenado a esgotar-se na miséria do Poder, ou se se irão criar as condições para que a leitura do passado não constitua um obstáculo à necessária perspectivação revolucionária do futuro. Podem (e devem) ser estas palavras entendidas também no que à literatura se refere. Evitarão, pelo menos, a nossa aparentemente irresistível e suicida tendência para enterrar a título definitivo épocas, autores e textos no pó mortal das bibliotecas e alfarrabistas, exibindo em compensação individualidades quase deificadas.
ID: 653785987
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Publicado 13 de maio de 2024
Frei Simão de Santa Catarina, o Torto de Belém - Novela Despropositada
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