Raymond Roussel - Novas Impressões de África seguido de Como Escrevi Alguns dos meus Livros
Edição VS Editor de 2019
Tradução de Luiza Neto Jorge

«Se a linguagem fosse tão rica como o ser, seria o duplo inútil e mudo das coisas; não existiria. Mas, se não tivessem nome para serem nomeadas, as coisas ficariam no escuro. Roussel experimentou esta lacuna iluminante da linguagem até à angústia, até à obsessão, se se quiser.»
Michel Foucault

De Raymond Roussel, escritor, dramaturgo e poeta francês, o grande público conhece apenas vagamente a lenda: a sua imensa riqueza (mas morreu arruinado); a suas peculiaridades estranhas (todas as refeições diárias feitas numa só, as suas camisas usadas não mais que uma vez); os seus caprichos, suas enormes despesas para ter as suas peças impressas ou encenadas; a sua última paixão: o xadrez; a sua morte misteriosa.

Para André Breton, Raymond Roussel é "O maior magnetizador dos tempos modernos"; para Proust: "Uma ferramenta poética prodigiosa"; para Aragon: "Uma estátua perfeita de génio", enquanto Paul Eluard escreveu: "Ele mostra-nos tudo o que não foi; esta realidade só importa para nós".

Novas Impressões de África de Raymond Roussel é fundamental para a escrita: uma multiplicidade de leituras múltiplas, num livro precursor das realidades virtuais que conhecemos hoje.